Gestação  

     Parabéns, você está grávida! Isto deve ser encarado como uma situação de graça e felicidade, e não como uma doença. Logicamente, sempre existe um pouco de ansiedade com relação ao desenrolar dos acontecimentos, mas que poderá ser aliviada à medida que você for discutindo suas dúvidas com sua pré-natalista. Esqueça as “sogras e comadres”, confie em sua médica.

         É importante lembrar que a gestação normal dura, em média 9 meses  ou 40 semanas, com uma variação normal entre 38 a 42 semanas. Primigesta quer dizer grávida na primeira gestação. Multípara significa  mulher com mais de uma gestação.  

          O pré-natal deve ser iniciado tão logo a paciente perceba a possibilidade de estar grávida. Em geral as consultas são mensais até 32 semanas, quinzenais até 36 e semanais até o final.      

        Durante a gestação podem ocorrer sintomas desagradáveis, porém normais, sobre os quais vamos falar durante as consultas. 

                            Pré-natal

        No início da gravidez podemos ter os seguintes sintomas: enjôo, tontura, vômitos, dor de cabeça, salivação excessiva, cólicas uterinas discretas, irritabilidade, sonolência, sensação constante de bexiga cheia, prisão de ventre, etc.  Nesta época você iniciará o pré-natal, e receberá orientação sobre as medicações que deverá usar para alívio de determinados sintomas. Ainda nesta época, serão solicitados os exames de rotina do pré-natal conforme a Organização Mundial da Saúde: tipagem  sanguínea e fator Rh,glicemia de jejum, hemograma, sorologia para sífilis, IgG e IgM para toxoplasma, IgG para Chlamydia Trachomatis,exame qualitativo de urina, urocultura com teste, teste para HIV , T4 L, TSH-US e citopatológico.        

   Outros exames podem ser solicitados a critério médico como sorologia para rubéola e teste de Coombs indireto. Alguns exames serão repetidos no 2º e 3º trimestres, outros serão acrescentados como o rastreamento de Diabete Gestacional e após a 37ª semana( pesquisa de estreptococos Beta Hemolítico grupo B).       

       O exame ultra-som (ou ecografia) também faz parte da rotina, ele é realizado  na 8ª semana, 11ª -13ª(rastreamento de trissomias), 20ª (morfológica), 23ª e 24ª semana (ecografia pélvica Transvaginal com medida do colo uterino).  

        Na 25ª semana deve-se realizar ecocardiografia fetal com Doppler a cores para verificar a normalidade do coração do bebê.     

        Nova ecografia deve ser realizada por volta da 32ª para acompanhar o crescimento fetal e finalmente na 38ª semana de gestação para verificar, posição do feto, quantidade de líquido amniótico e principalmente o diâmetro biparietal, outras ecografias como ecografia com Doppler de artérias uterinas, e ecografia obstétrica com perfil biofísico, podem ser solicitadas dependendo da presença ou não de determinadas patologias específicas da gestação.    

                         HIGIENE E DIETA   

        É importante lembrar que na alimentação o que interessa é a qualidade e não a quantidade dos alimentos ingeridos. Em  geral, se a paciente já se alimenta bem, é recomendável complementar com 1 litro de leite e 1 ou 2 ovos por dia.

        A alimentação deve ser rica em frutas, legumes e verduras. Deve-se, desde o início, controlar a ingestão de farináceos, frituras e doces, dividindo em 6 refeições por dia, evitando grandes períodos de jejum.    

       O álcool deve se evitado mesmo em pequenas quantidades.      

       O fumo é um agressor fetal sorrateiro e perigoso, devendo ser abolido durante a gestação.  

       O consumo de café, chás, chimarrão, refrigerantes (colas) e todos os que contiverem xantinas deve ser abolido  (ou diminído) no 3º trimestre já que estudos demonstram maior incidência de problemas cardíacos congênitos com o consumo destes produtos.

        A suplementação com àcido fólico deverá ser iniciada idealmente 6  semanas antes da concepção e continuada  até a 13ª semana para prevenção de malformações sérias do tubo neural (meningomielocele, anencefalia e espinha bífida).

        O aumento ideal de peso está entre 10 e 12 quilos, ganhos menores que 9 e acima de 15 estão associados a aumento de risco pré-natal. 

          Roupas  adequadas para a estação, sapatos baixos (saltos de até 3 cm), sutiãs justos, mas não apertados e principalmente as meias elásticas média ou alta compressão (que previnem varizes), devem fazer parte do vestuário da grávida.  

          Como relação à pele, deve-se evitar tomar sol sem protetores solares para que não apareçam manchas escuras já que a pigmentação está aumentada  na gestação.

         Óleos e cremes têm pouco valor na prevenção de estrias
 (o que realmente faz diferença é o cuidado com o ganho de peso), mas os hidratantes específicos para gestante podem  ser usados.

                    GINÁSTICA E ATIVIDADE SEXUAL

          Ginásticas de baixo impacto após o 3º mês e exercícios respiratórios podem e devem ser praticados, desde que não haja contra-indicação. Andar, nadar, alongar e hidroginástica são ótimos.      

          Um curso de orientação para os casais iniciantes é recomendável.

          As relações sexuais estão liberadas desde que não haja nenhuma  intercorrência na gestação. Procurem posições cuja penetração seja mais confortável (por exemplo, a lateral).

                                 MOVIMENTOS FETAIS     

           Os bebês se movimentam muito desde o início da gestação, mas as primigestas só vão conseguir percebê-los entre a 19 ª e 20 ª semana da gestação, nas gestações subseqüentes a percepção dos movimentos fetais inicia após a 16ª semana de gestação.  À medida que o feto vai crescendo, seus movimentos vão ficando mais intensos e demorados, podendo ser inclusive, estimulados com sons externos como buzina usada como teste de vitalidade fetal.           

               Com o evoluir da gestação, principalmente após a 20ª semana podem surgir  sintomas desagradáveis como cãibras, dor lombar, fisgadas na virilha, azia, sensação de falta de ar, inchaço nos pés e eventuais cólicas estimuladas pela movimentação fetal, podem incomodar principalmente à noite.        

               Quandos o feto movimenta-se bastante, tranqüila a mãe deve ficar, pois os movimentos estão  ligados diretamente a boa vitalidade fetal. O feto não dorme junto com a mãe, seu ritmo é diferente e a cada 60 minutos de atividade ele dorme em média 20 minutos.        

               No último trimestre, a gestante deve acostumar-se a deitar sempre do lado esquerdo, esta  posição melhora a circulação materna e fetal, eventualmente  pode dormir do lado direito, mas nunca de barriga para cima, pois esta posição leva a palpitações, falta de ar, queda de pressão e mesmo desmaio, além de diminuir o fluxo placentário para o feto.   

                Se possível   deite-se 1 a 2 horas à tarde na posição lateral esquerda.      

                No último mês começam a ficar mais freqüentes as contrações de Braxton-Hicks (as contrações fisiológicas que ocorrem durante toda a gestação e são uma espécie de preparação para o parto), só que agora podem vir com a sensação de cólicas e em maior número de vezes por dia, principalmente à noite, também são estimuladas pela movimentação fetal 

                          PRÓDROMOS DE TRABALHO DE PARTO

               Alguns dias antes do parto, a gestante entra num período denominado prodrômico,  nesta  época as contrações (B-H) vão ficando mais intensas e já dificultam o sono materno.

            Em primigestas a mãe pode perceber a diminuição da altura abdominal e pode eliminar um muco com ou sem raias de sangue. Estes dois fenômenos são mais perceptíveis na primeira gestação são denominadas respectivamente “queda do ventre” e eliminação da “rolha” ou “tampão” mucoso.

                                  TRABALHO DE PARTO     

               O trabalho de parto inicia-se quando as cólicas associadas ao endurecimento do útero (contrações) vão ficando mais freqüentes e mais intensas até que  a mãe começa a apresentar 3 contrações a cada 10 minutos, com duração de aproximadamente 40 segundos cada. Deite-se do lado esquerdo e observe o ritmo e os intervalos  entre as contrações, se após 2 horas o ritmo e intensidade se mantém dirija-se ao hospital para ser avaliada. Não fique aflita. O trabalho de parto em primigesta leva em torno de 12 horas, e em multíparas entre 6 e 8 horas. Os “alarmes falsos” são comuns, por isso não se envergonhe se isto ocorrer a você. É sempre melhor ser avaliada no hospital do que ficar ansiosa  em  casa sem saber o que está acontecendo. 

           São sinais que devem ser avaliados imediatamente: 

-Hemorragia genital 

-Perda de líquido principalmente se esverdeado

-Parada de movimentação fetal por mais de  12 horas

-Urina avermelhada ou ardor intenso ao urinar-Febre

-Inchaço abrupto das mãos e dos pés

-Dor abdominal intensa com náuseas e distúrbios visuais     

            Ao chegar ao hospital, o plantão obstétrico irá examiná-la e entrará em contato comigo. Se for momento de baixar o hospital você será submetida à Tricotomia (raspagem dos pelos) e a uma lavagem intestinal e então encaminhada à sala de pré-parto onde será acompanhada até a hora do parto. *   

                                    O PARTO        

            Procure seguir as orientações durante o trabalho de parto (respiração, posição etc.)        

            A anestesia ela pode ser peridural ou apenas local, para cada paciente há uma indicação, pois a sensação de dor é individual, mas você pode solicitar a peridural assim que as contrações estiverem fortes para você.     

                Nas novas técnicas de analgesia o trabalho de parto não é alterado nem o uso de fórcipe  é mais necessário como há anos atrás, por isso fique bem tranqüila seu parto poder ser super normal e sem dor.     

                Durante o parto seu bebê será avaliado freqüentemente e se necessário será monitorizado (uma espécie de eletrocardiograma fetal associado ao controle das contrações uterinas).    

                                           PÓS- PARTO        

               Após o parto, a mãe permanece com o bebê na recuperação por 2 ou 3 horas sendo então encaminhados ao quarto onde ficarão no que se denomina alojamento conjunto, isto fortalece o vínculo materno-fetal e faz com que a “descida " do leite seja mais rápida.    

                                        AMAMENTAÇÃO   

              O recém nascido deverá ser colocado em contato com o seio materno o mais cedo possível, isso aumenta o vínculo e facilita o estabelecimento adequado da amamentação. O leite materno começa a ser produzido 48 a 72 horas após o parto, e pode ser acompanhado de inchaço nas mamas, dor.

              Antes da “descida  do leite” existe o colostro que é um líquido rico em proteínas, suficiente para nutrir o bebê neste período. O leite materno é o melhor alimento para o bebê, pois além de fornecer todos os nutrientes necessários também fornece anticorpos contra as infecções, está sempre pronto e à temperatura certa. Estudos científicos mostram que as crianças amamentadas até os 6 meses tem 3 a 4 vezes menos chances de serem internadas no primeiro ano de vida.

        Alguns produtos podem ser usados para prevenir fissura dos mamilos, mas o que 
realmente previne as fissuras é o controle do tempo em que o bebê suga nos primeiros dias 
de vida, evite deixá-lo mais do que 10 a 15 minutos em cada mama, alterne as mamas 
a cada mamada.

           É comum a mãe referir cólicas durante a amamentação, isto é normal,  são devidas às contrações uterinas provocadas pelo mesmo hormônio que contrai os ductos mamários.  

             O pediatra lhe dará orientações iniciais de como cuidar do bebê e do umbigo. Confie no que ele disser, e siga suas orientações!  

              Em geral a internação é de 2 dias para parto normal e 3 dias para paciente submetida à cesariana. Uma semana pós-parto, ou 10 dias após cesariana, você deverá retornar ao consultório para revisão, retirada dos pontos e outras orientações importantes.  

              Ao  completar 40 dias de pós- parto você retornará ao consultório para exame ginecológico e orientação quanto a anticoncepção.    

              Não se esqueça das consultas de puericultura (acompanhamento pediátrico) e nem das vacinas do seu filho. O investimento feito foi muito alto para  ser arriscado. 

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